Os impactos da precarização do trabalho na saúde mental em tempos de pandemia será tema de debate promovido pelo Conselho Regional de Psicologia, por meio do Grupo de Trabalho Psicologia Organizacional e do Trabalho (GT-POT), na terça-feira, 26, às 19h, com transmissão no Google Meet e link a ser liberado na bio do Instagram do CRP19 (@crpsergipe). O evento virtual integra a programação da campanha Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e terá como convidadas(os) as psicólogas Ana Carolina Santos Bezerra (CRP 19/IP3706), Dra. Lidiane dos Anjos Santos Andrade (CRP 19/1742) e os psicólogos Edson José de Oliveira (CRP 19/3355) e Saulo Pereira Barros de Almeida (CRP 19/2822), Conselheiro do CRP19, presidente da Comissão de Integração e coordenador do GT-POT, que atuará como mediador do debate.
De acordo com Saulo Almeida, a precarização do trabalho é um fenômeno de longa data e que ganha outras proporções, no Brasil, a partir da aprovação da reforma trabalhista, em 2017, com perceptível redução drástica do emprego estável e em tempo integral, acarretando a completa eliminação setores, em favor do emprego flexível. “Nessa direção, há um conjunto de trabalhadores que passa a se dedicar em tempo parcial, com contratos temporários e poucas garantias de direitos, vivenciando um sofrimento coletivo, que impacta, inclusive, as relações fora do trabalho", analisa.
O fenômeno da precarização do trabalho gera impactos latentes e manifestos sobre a saúde mental dos trabalhadores. Para além de fenômenos físicos que impactam a saúde, como a exposição a agentes tóxicos, a altos níveis de ruído, há situações de risco à integridade física (explosões, assaltos e sequestros), e ainda riscos psicossociais. “Tudo isso ilustrado pelas formas da organização do trabalho, políticas de gerenciamento que desconsideram os limites psíquicos do trabalhador, impondo-lhe frequentemente a anulação de sua subjetividade, autonomia e prazer, e que podem ser tão prejudiciais quanto, especialmente neste momento de isolamento social. Dados da Organização Mundial da saúde (OMS/2015) apontam que havia, no Brasil, 5,8% de pessoas com transtornos depressivos e 9,1% de pessoas com transtornos de ansiedade, e um dos fatores geradores e mantenedores desses adoecimentos eram as experiências laborais”, finaliza o Conselheiro Saulo Almeida.