Dia 6 de dezembro é marcado pela campanha mundial de Mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres. Na Câmara Municipal de Aracaju, uma mobilização da vereadora Emília Correa, permitiu reunir diversos setores e entidades em torno de uma audiência pública que colocou a temática em pauta. O Conselho Regional de Psicologia de Sergipe (CRP19), por meio da Comissão de Integração e Comunicação, esteve representado pela psicóloga Petruska Passos Menezes.

Durante o debate, foram abordadas questões acerca da reprodução da violência advindas de histórico familiar, da total culpabilização do homem que vem desse cenário, da importância da denúncia contra o agressor e funcionamento de delegacia especializada 24 horas.

“Também se falou sobre a necessidade de se ter políticas de educação ao invés de políticas de repressão, e de ser de fundamental importância que essas informações cheguem às escolas. Com relação à culpa, é importante pensar que aquele homem que reproduz violências vividas na família, precisa também ser cuidado. É preciso trabalhar por todos os vieses: cuidar da mulher e também do homem, mostrando que a violência não é o caminho”, disse Petruska.

Foram lembradas ainda as representações, mundialmente conhecidas, da campanha: o laço branco e o “x” na cor vermelho na palma da mão, como alerta de um abuso sofrido por uma mulher. Outro ponto evidenciado foi com relação ao feminicídio e o  trabalho para redução dos índices de crime de ódio baseado em gênero.

“Alguns representantes de religiões apontaram ainda a importância de se utilizar os espaços de cultos como meio de informação e de conscientização da população”, informou.

Mobilização nacional

O Dia Nacional da Mobilização dos Homens foi instituído no Brasil pela Lei n. 11.489/2007, com o objetivo de sensibilizar os homens para a eliminação das diversas violências que atingem as mulheres.

Laço Branco

A data, 6 de dezembro, faz referência à tragédia da Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, em 1989, quando um homem assassinou 14 mulheres. O massacre gerou manifestações em que homens usavam o laço branco como símbolo do combate à violência contra as mulheres

A campanha do Laço Branco está presente em mais de 50 países em todos os continentes e é apontada pela ONU como uma das maiores iniciativas mundiais direcionadas para a temática do envolvimento de homens com a violência contra a mulher.

A campanha tem o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher, a partir de diversas ações realizadas por diferentes setores da sociedade que se encontram engajados na luta pela promoção da equidade de gênero e superação das desigualdades entre homens e mulheres.

X vermelho: alerta

A Lei 741/2021 define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de combate à violência contra a mulher. A legislação também alterou a modalidade da pena da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e cria o tipo penal de violência psicológica contra a mulher. A Campanha do Sinal Vermelho foi lançada em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.